Na sede da UNESCO em Paris, no dia 15 de novembro de 2018, foi celebrado o 8º aniversário de quando foi reconhecido a acupuntura e moxabustão como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A convenção organizada pela WEFAS (Federação Mundial de Acupuntura e Moxibustão), e com o patrocínio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e o apoio da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da Academia Chinesa de Ciências Médicas Chinesas, e participaram mais de 1.400 profissionais do mundo todo.

Sendo acupuntura e moxibustão só duas técnicas, as mais conhecidas no momento mundialmente, que fazem parte da medicina tradicional chinesa. A medicina chinesa é um dos mais antigos da Terra, estima-se mais de 4.000 anos de história e experiência comprovada. Onde a aplicação de um conjunto de técnicas que são usadas para harmonizar e equilibrar   os canais energéticos do corpo e, assim, restaurar a saúde do indivíduo.

Temos diversas formas da MTC usadas para manter o equilíbrio energético, como a alimentação, o Qi gong, a massagem tuiná, a fitoterapia chinesa, a acupuntura, a moxabustão, a auriculoterapia e a ventosaterapia.

Captamos energia através de algumas fontes como: A respiração e Qi gong

Na medicina  tradicional chinesa, a energia é obtida através de duas fontes: respiração e alimentação.

A respiração é uma fonte fundamental de energia vital, onde vemos a importância de praticar esportes e manter uma atividade física como caminhada ao ar livre. A MTC propõe a prática diária do Qi gong, que permite harmonizar e encontrar o equilíbrio entre respiração, movimento e espírito. Seja por meio da prática ativa, com movimentos físicos ou passiva, com a meditação regulando os movimentos internos de energia.

O Chi kung ou Qi gong faz referência a dois termos: Chi ou Qi (氣), que significa energia e kung ou gong (功), que significa o trabalho, o tempo, a dedicação, o esforço. Podemos dizer que o Qi gong é como o trabalho da energia, o tempo e o esforço que se dedica à prática. Trabalhando com a energia do céu e da terra e com a própria energia do nosso corpo, encontrando saúde, serenidade e equilíbrio.

Alimentação uma Fonte de Energia

Sendo a segunda fonte de energia é. Onde captamos os nutrientes necessários para manter todas as células do corpo vivas e nutridas. É importante ter uma dieta equilibrada, respeitando, a nossa constituição física e, depois, os ciclos naturais da terra, quer dizer, consumir mais alimentos de acordo com as estações do ano, finalmente, controlar a qualidade e a quantidade do que é ingerido.

Energia da Fitoterapia

O uso de plantas medicinais na MTC, é um dos pilares fundamentais, embora tanto a alimentação quanto a fitoterapia não possam ser categoricamente separadas, uma vez que o conhecimento ancestral transmitido de geração em geração permite que os chineses realizem o cozimento incorporando algumas substâncias de origem vegetal aos alimentos para tratar doenças comuns. Mas há outra parte da fitoterapia chinesa que é de uso exclusivo por parte dos profissionais da área de saúde: a composição de fórmulas magistrais que servem para tratar os diferentes desequilíbrios energéticos do organismo.

Moxabustão e Acupuntura

A acupuntura e a moxabustão talvez sejam as técnicas da medicina chinesa mais conhecidas no mundo todo. A acupuntura é uma técnica, que se baseia na inserção de finas agulhas ultra finas em certos pontos do organismo por onde a energia emerge para a superfície, a fim de equilibrar o sistema energético. Esses pontos estão localizados no trajeto dos canais de energia, conhecidos como meridianos. Esses canais são verdadeiros rios ou avenidas, por meio dos quais a energia flui livremente por todo o corpo.

Na moxabustão, utiliza-se calor, que é aplicado em determinadas áreas do corpo, e em alguns pontos de acupuntura, com o objetivo de expulsar o frio do organismo e tonificá-lo. Esse processo é realizado através da combustão de uma planta chamada Artemisia vulgaris. Estudos científicos têm mostrado que o calor que emana dessa combustão emite uma frequência de 14 mícrons, que é a mesma de que as células do corpo humano precisam para reproduzir-se e manter a vida.

Massagem chinesa Tuiná

Sendo provavelmente, a terapia mais antiga, que todas as culturas orientais e ocidentais têm suas próprias técnicas para aplicá-la. A China, portanto, não é a exceção e para isso conta com a massagem tuiná, também conhecida como AN MO. Esse tipo de massagem baseia-se em duas manobras fundamentais: TUI FA, que significa pressionar e mover e NA FA, que significa esfregar, puxar a pele. Diferentemente de outras formas de massagem, a tuiná é usada tanto em patologias musculoesqueléticas como em transtornos digestivos, respiratórios e ginecológicos e em alterações psíquicas.

Auriculoterapia

Também é utilizada por terapeutas e consiste na inserção de agulhas ou sementes na orelha em determinados pontos reflexos, a fim de gerar no organismo um efeito que favoreça e equilibre as funções energéticas.

Tem registros dessa técnica na China quanto no Egito, Grécia e Roma. Mas foi somente em 1957, que em Lyon (França) o Dr. Paul Nogier, médico neurologista considerado como o “pai da auriculoterapia”, observou com frequência que as orelhas de alguns pacientes apresentavam pequenas cicatrizes de cauterização realizadas com o objetivo de aliviar dores lombares. Diante dessa descoberta, ele deu início às suas pesquisas, analisando cientificamente o que havia sido feito de forma empírica desde a antiguidade.

Ventosaterapia – Terapia com ventosas

Ventosaterapia é uma das técnicas da MTC, e é muito comum e frequentemente usada. No século passado, quando a medicina alopática não estava ao alcance de todos, recorria-se a essa prática ancestral para tratar diversas patologias, desde dores até resfriados.

A ventosaterapia consiste na aplicação de um recipiente, geralmente de vidro ou acrílico na superfície do corpo, provocando uma pressão negativa ou força para aderir e sugar a pele, seja pelo uso de calor ou de bomba de sucção.

Os primeiros registros relativos a ela foram encontrados na obra “Leihoufang”, de Ge Hong (281-341). No início, usavam-se chifres de animais ou bambu. Com o tempo, foram evoluindo e apareceram então as ventosas de barro, de metal e finalmente as de vidro e hoje acrílico.

Terapia de Eletroacupuntura

A eletroacupuntura sendo algo mais recente, pode-se dizer que de meados do início do século. A terapia trabalha com a aplicação de corrente elétrica terapêutica nas agulhas de acupuntura, através de dispositivos de eletroestimulação, potencializando o estímulo dessas agulhas, aumentando significativamente a sua eficácia e o efeito analgésico. Utilizada amplamente, especialmente em casos de dores crônicas.